segunda-feira, 2 de abril de 2012

Vitória


Chato quando você quer abrir os olhos de alguém e esse alguém não quer enxergar...

 
Há poucos dias, cansada das discussões infrutíferas com minha mãe, que quase nunca me dá razão. Pensei... Quer saber? Não adianta. Vou seguir aquele belo conselhinho, dê valor a quem te dá

Os lugares onde morei eram muito animados, mas meus pais sme afastaram de todo mundo e eu adoro estar no meio de gente, quando não estou de cabeça quente, com trabalhos

Sempre gostei, na infância, chegar da escola, pegar minha bicicleta e andar só ou com meus amigos. Brincar. Ler muitas histórias infantis, que meus pais traziam. Coleções de livros. Era maravilhoso. Em uma dessas ruas, onde fui perto de completar 6 anos, tinha bons e maus vizinhos, nada mais natural. Como criança, às vezes, a gente demora um tempo para ir percebendo os bons amigos...

E agora...
ah! estava sentindo um eterno vazio dentro de mim. Muitas coisas causadas por pessoas que passaram na minha vida e, que eu confiei ou deixei se aproximarem, mas me decepcionaram amargamente. Pessoas que apenas queriam tirar algum proveito. As boas existem, ainda, é claro! Sei quem são cada uma delas. Mas as lembranças amargas... Relembrar é sofrer duas vezes, né?

Bom, voltando à briga com a mamãe e o papai, corri para outro lugar :-) .
Ali sim é mais animado, lembra um pouco as ruas onde morei. Pessoas na frente, conversando. As crianças brincando à noite, mas os adultos olhando...

Com dores de tanto trabalho, vou esticar o corpo na porta,
o braço cheio de adesivos e uma garotinha curiosa, pergunta “meio desconfiada”:
“- o que é isso? Tá machucada?”, “Respondi não, tá doendo muito!”...
Surge um monte de 'gurias' para saber o que são aquela porção de adesivos esquisitos.
Meu Deus! Como vou explicar isso para essa garotada, de forma que elas entendam? (Risos)

Volto para dentro e fico no sofá, entra uma garota, curiosíssima, como quando eu era pequena.
Ela entra um pouco acanhada e vai se soltando, me enche de perguntas, depois começa a me contar coisas de uma forma engraçada. Quando pergunto sua idade... 5 anos! Não sei o que houve, apenas os olhinhos dela brilhavam tanto.

Passei alguns dias sem andar por lá. Fui lá uma outra vez rapidinho e ela, na porta, gritou meu nome bem alto, correu para me dar um abraço bem gostoso. Mas foi um abraço tão carinhoso e sincero, de uma pureza, apesar de toda sua astúcia. Não sei qual nossa identificação. Mas comecei a notar, com o passar dos dias, conhecendo-a melhor, observando-a, que ela era muito parecida comigo na mesma idade. 

Outros dias passaram. No fim de semana, de repente, lembrei dela e pensei “Saudades da Vitória”. Queria ouvir ela falar alguma palavrinha inteligente ou meiga e dar-lhe um abraço, porque aquela menina vale ouro.
E, hoje eu fui, a vi e disse “Saudades de você”. “Eu também”, foi muito espontâneo... É um gostar natural, de graça. Precisa dizer mais?

In memorian ----------------------- da Rede Globo de Televisão.

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